Blog @marijuanagirl_: Entrevista com Cria da Quebra

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

Entrevista com Cria da Quebra




Hoje nossa entrevista é com Felipe Rogovisk Leite, mais conhecido como Cria.
Felipe nasceu dia 23 de novembro de 1990, e foi criado na Zona Norte de São Paulo, mais especificamente Brasilândia, um distrito rodeado por quebradas, tais como Jardim Princesa e Elisa Maria, e é por aqui que começa a historia do Cria da Quebra, Felipe Rogovisk.

Começamos nossa entrevista com Felipe me falando um pouco mais sobre sua família.
Felipe diz que sua família sempre foi muito presente, porém não tinham muita condição financeira para estarem sempre ali.
Logo após uma depressão de sua mãe, Felipe encontrou na rua seu refugio, passava mais tempo lá do que em casa, e foi na rua onde aprendeu e se criou, dando ali, sem saber, o início para suas composições.
Quando pergunto sobre suas inspirações,  me responde que veio de um vizinho que ficava ouvindo RAP quando ele ainda era garoto,  fazendo assim despertar o amor por aquele ritmo e poesia.
Passado alguns anos, em 2003 começou a escrever suas próprias composições e em 2005 as terminou.
São 11 anos na caminhada.
Pergunto a Felipe sobre grupos que serviram como influências a ele, ele responde sem pestanejar:
- Se essa pergunta for feita daqui a algum tempo, pode ser que a resposta mude, pois depende do momento. Hoje em dia gosto e ouço muito A286, mas lá atrás, quem me influenciou muito foi Expressão Ativa, Facção Central e Racionais.

Pois é, acredito que os jovens, a maioria foram influenciados por Racionais e Facção, pois foram grandes nomes do RAP NACIONAL em meados de 2000.

Prossigo em minhas perguntas, e aproveito para perguntar qual música atinge sua alma quando ouve:
- Uma música que realmente me toca, é do Expressão Ativa, chamada Anjos sem Asas, por acreditar ser a história da minha vida e de vários outros. A música AMIGOS de minha autoria também me toca, pois uma coisa que preso é amizade, e essa música conta sobre amigos que não tiveram a mesma sorte que eu.
Felipe me diz que até o emociona falar disso e prefere mudar de assunto.
Perguntei então, quais musicas ou qual música do seu próprio CD ele mais gosta, e ele responde:
- Tô pela Paz, que fiz juntamente com o Reinaldo do A286, pois é um cara que admiro muito. Gosto muito também da 25 de Dezembro, pois conto os meus Natais.  Mas pode ser que eu goste mais da AMIGOS pois é a que mais me toca.

Felipe me diz que por ser muito auto critico, não são todas as faixas de seu CD que ele gosta, mas sabe que terá sempre alguém que se identifique.
Ele me conta que nunca almejou ser um Rapper famoso, e se isso chegar a acontecer, será consequência de seu trabalho, E me diz que antes de ser PALCO, ele é PUBLICO, sempre fez por amor, e até mesmo um jeito de expor o que sente, para aliviar.

Por fim, pergunto a Felipe o que mais o emociona em sua trajetória, e ele emocionado me diz:
 - O que mais me emociona hoje, é ver as pessoas cantando minhas músicas, adquirindo meu trabalho, mas não por orgulho, e sim por sentir que estão se identificando com o que estou colocando de alma pra fora.
Mas, em todos esses anos, o que mais me emociona é o fato do meu pai HOJE me apoiar, pois apontava o RAP como música de marginal, não gostava. Quando mostrei o trabalho pronto, ele ficou todo orgulhoso, mostrava pra todo mundo, e isso me emociona, ver meu pai me apoiando, e deixando de lado tudo o que um dia sempre achou sobre o RAP.

Felipe ainda me conta que seu pai tinha muito medo dele ir para os *corres* e talvez não voltar, fazendo assim, eles se afastarem um pouco em relação pai e filho, até porque ele, Felipe, era muito orgulhoso.

Mas o que importa mesmo é hoje né? O RAP os uniu novamente e acabou devolvendo essa relação entre pai e filho, um laço único e necessário.

Bom, o trabalho de CRIA DA QUEBRA pode ser encontrado na Galeria do Rock, no subsolo, em plataformas digitais e no site do A286.

Termino essa matéria com a ultima pergunta, ou melhor, ultimo pedido a Felipe Rogovisk, nosso Cria da Quebra...

 - O que você tem a dizer para aqueles que assim como você, foram ou são Crias de suas Quebradas?
E ele me responde rapidamente:
- Independente do que você for, seja verdadeiro com você, e o resto que se foda.
Ouvir RAP não te faz melhor do que o cara que ouve Funk, carácter independe de música.



Quer conhecer mais sobre o trabalho de Cria da Quebra?


Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo post. Acompanho o Cria há um tempo e me identifico bastante com as letras.

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